Você sabe como funciona a paridade dólar-euro no mercado cambial? Embora pareça algo muito específico dentro do mundo financeiro, as moedas globais impactam diversos tipos de indústrias — especialmente em relação àquelas voltadas às exportações.
Em 2022, uma curiosidade interessante aconteceu: a paridade entre duas das principais moedas da atualidade, o dólar e o euro, ficaram equivalentes. Neste artigo, vamos explicar tudo sobre as causas deste fenômeno e os efeitos que ele traz para o setor industrial brasileiro. Acompanhe a leitura!
O que é a paridade dólar (US$) – euro (€)?
Paridade é a relação de preço que se verifica entre duas moedas.
Em alguns casos, embora raros, essa proporção pode ser de 1,00 para 1,00. o que ocorreu recentemente com essas duas moedas. Ou seja, elas tiveram o mesmo valor de mercado, sendo, portanto, equivalentes em termos monetários.
No dia em que este artigo foi produzido, por exemplo, US$ 1 era equivalente a R$ 5,36, da mesma forma que o € 1 equivalia a US$ 1,03.
A taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos). A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação a outra, podendo ser taxa de venda ou taxa de compra.
E o dólar conseguiu, em 2022, voltar a apresentar paridade com o euro depois de mais de 20 anos. Isso ocorreu em julho, além de retornar ao patamar entre setembro e outubro.
Vale lembrar que as cotações cambiais se atualizam a todo instante, assim como acontece com as ações na bolsa de valores.
Por que o euro se valorizou em relação ao dólar?
Essa paridade dólar-euro foi o reflexo de um processo de desvalorização da moeda europeia ao longo de 2022.
Um dos principais motivos para isso é a guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que ainda não parece ter uma data para terminar.
Ao declarar o conflito, os russos passaram a receber sanções internacionais que, entre outros fatores, restringiram o fornecimento de gás para a Europa.
Este cenário poderia gerar uma recessão em função da dependência em relação à produção energética via gasodutos, em especial da Alemanha, uma das principais economias europeias.
E, naturalmente, isso afeta o câmbio de qualquer região, inclusive da desenvolvida zona do euro.
Outro fator que contribuiu para essa oscilação negativa do euro em relação ao dólar é o combate à inflação, que obrigou o Banco Central Europeu a subir as taxas de juros de forma mais acelerada.
Ou seja, a Europa perde confiança e credibilidade econômica para os investidores, diante deste contexto de incertezas.
Como a paridade dólar-euro afeta a economia brasileira?
A desvalorização do euro em relação ao dólar pode parecer positiva em um primeiro momento — em especial, se pensarmos no turismo, na medida em que a moeda europeia fica um pouco mais barata.
No entanto, esse cenário traz alguns desafios para a economia brasileira.
Dentre eles, temos as exportações, pois há a redução do volume de receita para a indústria, uma vez que, crescendo menos, a receita com vendas é menor para a indústria — e, crescendo menos, a demanda da Europa em relação ao Brasil tende a cair.
Outro impacto negativo da desvalorização do euro para a economia brasileira é a fuga de investidores para o exterior.
Com o crescimento dos juros em regiões mais estáveis do que o Brasil, como os Estados Unidos e a Europa, torna-se mais atrativo para eles investir nelas do que se arriscar em países emergentes.
Este movimento, chamado de Fly to Quality (\”voo para a qualidade\”, em tradução livre), é comum em períodos mais desafiadores, quando investidores estão menos abertos a assumir riscos com o seu capital.
Diante deste contexto, é essencial que a indústria brasileira esteja preparada. E você pode começar lendo o nosso artigo sobre redução de custos, caso seja necessário fazer isso!
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