Como muitos empresários e gestores de finanças sabem, o fluxo de caixa é a força vital de um negócio. Afinal, é ele que mede a saúde financeira de uma empresa.
Um fluxo de caixa positivo significa que as coisas vão bem e o negócio gera lucro. Já um fluxo de caixa negativo mostra que alguma medida precisa ser tomada para que a organização seja rentável.
Por isso, é essencial que as empresas — pequenas ou grandes — gerenciem de perto seus fluxos de caixa e evitem possíveis ameaças. Uma delas é a inadimplência.
A inadimplência pode significar não receber uma entrada que era esperada em consequência de uma venda. Como você deve imaginar, os impactos de não possuir essa quantia tendem a ser grandes. Mas como eles podem ser demonstrados?
Continue a leitura deste artigo e descubra conosco!
Quais são os efeitos da inadimplência dos clientes no fluxo de caixa?
De acordo com os últimos dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), as empresas brasileiras fecham o mês devendo uma média de R$ 5.517,07.
Os motivos para a inadimplência podem ser muitos — especialmente com a expectativa de retração do PIB devido à crise do coronavírus, a ausência de um planejamento financeiro eficaz da empresa ou a falta de pagamento dos seus clientes tendem a impactar gravemente o fluxo de caixa.
No entanto, independentemente dos motivos para que um pagamento devido não seja realizado, as consequências no fluxo de caixa são as mesmas.
Para que o fluxo de caixa de uma empresa seja positivo, é preciso receber uma quantia maior do que aquela que sai das contas. O maior problema quando um pagamento não é realizado no prazo combinado é desequilibrar essa balança para o lado negativo, fazendo com que as saídas sejam maiores que as entradas.
Isso pode resultar na incapacidade de fazer a gestão de custos e pagar as despesas básicas, como aluguel, compras de matéria-prima, folha de pagamento e aquisição de equipamentos, entre outras.
Esse problema afeta principalmente as micro e pequenas empresas, que não costumam ter uma reserva financeira tão robusta para cobrir esse déficit. No pior dos cenários, o resultado leva à falência do negócio.
Já no caso das médias e grandes organizações, a inadimplência pode não ter um impacto tão drástico, mas a incapacidade de pagar todas as despesas também tende a levar a uma série de problemas.
Primeiramente, será difícil atender a todos os pedidos de vendas. Como não há recursos para comprar matérias-primas, é menos provável que as encomendas dos clientes sejam entregues a tempo. Isso pode afetar o relacionamento entre a empresa e os consumidores e incentivar esses últimos a trocarem de fornecedor.
Além disso, a falta de recursos disponíveis pode afetar o relacionamento com a equipe interna da empresa. Um dos efeitos do fluxo de caixa insuficiente é a incapacidade de pagar os salários dos funcionários a tempo. Isso tende a levar a níveis de estresse elevados e diminuir a motivação deles. Se a situação persistir, a força de trabalho pode até ficar sem opção a não ser deixar o negócio.
Além disso, atrasos nos pagamentos dificultam uma previsão realista do fluxo de caixa. Afinal, como é possível planejar uma despesa quando não há certeza de quando os próximos pagamentos serão devidamente recebidos?
A previsão de fluxo de caixa é importante para que as decisões sobre o negócio sejam tomadas com base em informações acionáveis.
Como calcular os impactos da inadimplência no fluxo de caixa?
É importante mensurar os impactos do atraso nos pagamentos em números. Eles podem ser calculados pela Taxa de Inadimplência.
A Taxa de Inadimplência possui a seguinte fórmula:
TI = T90/TT
Sendo:
- TI: Taxa de Inadimplência;
- T90: valor total da inadimplência com mais de 90 dias de atraso;
- TT: valor total das cobranças emitidas a prazo em cada um dos meses.
Para exemplificar, considere a situação a seguir.
A análise da Taxa de Inadimplência de uma empresa, realizada no primeiro dia de julho de 2019, considerou os meses de janeiro, fevereiro e março do mesmo ano. Ou seja, aquelas dívidas que possuíam mais de 90 dias e menos de 180 dias de atraso.
Durante os referidos meses, o valor da inadimplência total na empresa foi de:
- Janeiro: R$ 1.000;
- Fevereiro: R$ 1.300;
- Março: R$ 1.200;
A T90, portanto, será a soma desses valores, ou seja, R$ 3.500.
Durante o mesmo período, o valor das cobranças emitidas foi de:
- Janeiro: R$ 10.500
- Fevereiro: R$ 11.000
- Março: R$ 9.500
A TT, portanto, será o total dessas cobranças, ou seja, R$ 31.000.
Usando a fórmula da Taxa de Inadimplência, teremos:
TI = R$ 3.500/R$ 31.000
TI = 0,11 ou 11%
Sendo assim, a taxa de inadimplência analisada no mês de julho de 2019 está em 11%.
Isso significa que 11% do total de faturas emitidas não foi pago. Portanto, é preciso tomar medidas para que não impactem negativamente o fluxo de caixa. Entre elas, cobrar os clientes inadimplentes de maneira efetiva.
Como vimos, manter um balanço saudável entre as saídas e entradas da empresa é fundamental para o sucesso dela. Para isso, acompanhar o fluxo de caixa e calcular a Taxa de Inadimplência é fundamental.
Ficou com alguma dúvida sobre o assunto? Enfrenta dificuldades com a inadimplência? Entre em contato com o NAC! Podemos ajudar você.
Comentar