FIDC: quais são as vantagens para as empresas?

O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC) permite às empresas criar liquidez a partir de suas vendas a prazo. Saiba mais!

Fundos de investimento funcionam como “condomínios de investidores”. É uma modalidade de aplicação coletiva, em que várias pessoas investem. Nesse modelo, todos os valores aplicados são administrados por uma gestora, que aplica o montante de cada investidor de acordo com suas respectivas cotas.

Os fundos permitem um aporte inicial menor para o investidor e são considerados aplicações conservadoras. Por isso, atraem um grande número de investidores todos os anos. Eles podem variar de acordo com os tipos de aplicações que compõem uma carteira. Um desses tipos é o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).

Saiba mais sobre o FIDC no nosso artigo de hoje!

O que é Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)?

Os FIDCs são fundos de investimento que destinam acima de 50% do seu patrimônio líquido em aplicações nos chamados direitos creditórios.

Segundo a Instrução n° 356, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), direitos creditórios são “os direitos e títulos representativos de crédito, originários de operações realizadas nos segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de hipotecas, de arrendamento mercantil e de prestação de serviços”. 

Em outras palavras, os direitos creditórios são títulos cujo lastro é originado por uma fatura a receber (venda a prazo) de uma empresa.

Os FIDCs também podem ser chamados de Fundos de Recebíveis. Como todo fundo de investimento, são aplicações de renda fixa, aquelas nas quais é possível saber a rentabilidade final no momento em que o investimento é realizado.

A estrutura do FIDC é um pouco diferente dos fundos comuns, sendo composta por:

  • cedente: empresa titular dos direitos creditórios;
  • estruturadores: instituição ou escritório jurídico responsável por montar a operação;
  • custodiante: instituição financeira responsável pela custódia e pelo controle dos valores a receber do fundo;
  • auditor: responsável por auditar as demonstrações contábeis do fundo;
  • administrador: empresa que administra os investimentos do fundo;
  • cotistas: investidores do fundo.

Como funciona?

Os FIDCs são constituídos sob a forma de condomínio. Uma empresa, chamada de administradora, é responsável por gerenciar o fundo e fazer a vendas das cotas aos investidores.

Dessa forma, os FIDCs podem tanto ser de participação aberta quanto fechada. No primeiro caso, as cotas podem ser resgatadas a qualquer momento, de acordo com as regras do fundo. No segundo, o resgate só pode ser realizado no final do período determinado em contrato.

Em um fundo de ações, em que a maior parte dos investimentos é feita em ações de empresas com capital aberto, o investidor ganha com a valorização (aumento do valor de sua ação).

No FIDC, por sua vez, o titular da cota do fundo tem seu rendimento atrelado aos créditos a receber originários de uma empresa.

O FIDC também pode ser classificado como monocedente, multicedente, monosacado ou multisacado, sendo:

  • monocedente multisacado: uma única empresa cede os recebíveis, que servem de lastro para os direitos creditórios a vários investidores;
  • multicedente — monosacado: muitas empresas cedem seus recebíveis a um único investidor;
  • multicedente — multisacado: muitas empresas cedem seus recebíveis a uma variedade de investidores.

Quais são os benefícios do FIDC para o investidor?

Muitos investidores são atraídos para os FIDCs por conta do baixo risco, o que significa que se trata de um investimento seguro e conservador.

Essa classificação se deve à rentabilidade fixa dos investimentos e às estruturas de cotas subordinadas/sênior que eles oferecem, que fazem com que quem pode pagar mais também absorva a maior parte do risco. 

Enquanto os cotistas seniores têm preferência no recebimento de amortização e juros, os cotistas subordinados assumem mais riscos e funcionam como uma espécie de garantia ou colateral para os demais investidores do fundo.

Em caso de inadimplência nas faturas geradoras dos direitos creditórios ou outras oscilações no mercado, os cotistas subordinados “absorvem” os impactos. Da mesma forma, por assumirem mais riscos, eles também recebem um valor maior caso o fundo se valorize acima do previsto.

Os investidores ainda apreciam a diversificação que o FIDC pode trazer para suas carteiras.

Quais são os benefícios do FIDC para as empresas?

Além de ser um investimento bastante atrativo para os investidores, o FIDC oferece benefícios para as empresas originadoras, sendo uma alternativa de financiamento para elas.

Como os direitos creditórios são gerados a partir de vendas já realizadas pela originadora, a composição de um FIDC não implica contração de novas dívidas. Além disso, a empresa pode optar por utilizar apenas parte dos seus recebíveis na operação.

No Brasil, são realizadas quatro modalidades de securitização, gerando direitos creditórios a partir de recebíveis oriundos de:

  1. créditos financeiros;
  2. ativos empresariais;
  3. créditos imobiliários; ou
  4. créditos do agronegócio.

Outras vantagens do FIDC para as empresas originadoras incluem:

  • acesso a mercados de capitais mais amplos, tanto nacionais quanto internacionais;
  • liquidez, permitindo à empresa originadora gerar caixa imediato para lidar com as despesas mais urgentes;
  • redução do nível de risco ao qual a originadora está exposta, uma vez que os investidores assumem a possibilidade de inadimplência do pagamento das duplicatas a prazo;
  • processo realizado por uma instituição financeira especializada e reconhecida pela CVM;
  • não envolve a contração de dívidas pela empresa originadora, diferentemente dos empréstimos bancários;
  • permite a oferta de crédito sem prejudicar a empresa originadora, que tem a possibilidade de receber os valores no mesmo mês em que uma venda é realizada, ajustando seu balanço.

Os FIDCs são alternativas interessantes de geração de caixa imediato para empresas. Eles podem ajudar a acelerar o crescimento, melhorar a gestão de risco e expandir a base de fontes de financiamento para incluir investidores institucionais internacionais.

No entanto, é importante que a empresa realize um ótimo controle financeiro e de fluxo de caixa para identificar quando essa alternativa pode, efetivamente, trazer benefícios.

Para saber mais sobre alternativas de financiamento para sua empresa, entre em contato com o NAC e converse com um de nossos consultores!

Nina do NAC

Uma economista de carteirinha. Adora as possibilidades que o conhecimento sobre crédito oferecem para empresas.

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