Conheça os principais fatores de restrição de crédito

Saiba quais os principais fatores que podem levar sua empresa à situação de restrição de crédito.

Saber se precaver em momentos de crise deve ser uma preocupação de todo gestor. No entanto, a restrição de crédito pode ser um entrave nesse objetivo.

Ao se falar em restrição de crédito, logo pensamos em risco de inadimplência, o qual, segundo dados do Serasa Experian, só em julho de 2019 cresceu cerca de 5,9% entre micro e pequenas empresas. 

Porém, a análise de crédito não leva apenas esse aspecto em consideração. Mesmo que a empresa esteja com todas as contas em dia, expõe-se à restrição de crédito.

Nesse contexto, é necessário adotar políticas que façam da empresa uma boa pagadora, mas também que contemplem esses outros fatores, sobre os quais falaremos ao longo deste artigo.

A importância do crédito

O crédito é importante para a manutenção das atividades da empresa, a aquisição de maquinário e a expansão do negócio e das instalações.

Sem ele, muitas empresas não conseguiriam se manter, crescer ou alcançar representatividade no mercado.

Apesar de ser tão necessário, existem vários obstáculos para que uma empresa consiga ter acesso a uma linha de crédito adequada:

  • não possuir garantias patrimoniais;
  • ter educação financeira inadequada;
  • faltar de gestão qualificada.

Paralelo a isso, a própria política de crédito adotada no Brasil é burocrática, já que, em alguns casos, pode demandar um período de até seis meses para processar um empréstimo, além de ter um alto custo, decorrente de juros e encargos.

Mas o que muitos não entendem é que esse cenário de restrição de crédito existe devido a uma questão que preocupa muitos agentes de empréstimos e financiamentos: o risco financeiro.

Restrição de crédito e sua relação com o risco

O risco de crédito consiste em admitir a possibilidade de perdas decorrentes do não cumprimento das obrigações assumidas pelo devedor ou de sua contraparte.

Embora seja a circunstância mais comum, o risco de crédito vai além, pois também contempla questões como: 

  • contrato de crédito desvalorizado;
  • remunerações ou ganhos reduzidos;
  • vantagens obtidas durante renegociações de dívidas
  • custos para a recuperação desse crédito.

Em casos de empresas que tenham filiais, todas as unidades devem seguir políticas, modelos, sistemas e procedimentos que permitam avaliar, decidir, mitigar e mensurar riscos.

Além disso, essas políticas devem considerar todas as etapas do ciclo de crédito: pré-concessão, concessão, monitoramento, cobrança, recuperação e renovação.

Por isso que, em muitos contextos, a análise de crédito é realizada de forma tão minuciosa. Consequentemente, a restrição de crédito se torna comum.

A seguir, relacionaremos outros fatores que também são levados em consideração ao se analisar o risco de crédito de um negócio.

Os “Cs” do crédito

Não é apenas o histórico de pagamentos que é analisado na concessão de crédito. Existem outros fatores que dão uma noção maior quanto à probabilidade de uma empresa quitar suas dívidas e honrar seus compromissos. São eles:

Caráter

Refere-se à reputação e idoneidade do negócio no mercado; como ele é visto por seus parceiros, entes públicos e sociedade em geral.

O caráter pode ser verificado pelas políticas internas adotadas pela empresa: com quais tipos de produtos trabalha, maneira que respeita as leis (tributárias, ambientais e trabalhistas) e como trata seus fornecedores, clientes e demais cidadãos.

Capacidade

Essa análise ajuda a identificar se as atividades da empresa possuem condições para quitar suas dívidas, por meio da verificação de seu faturamento, fluxo de caixa, despesas e custos.

Os principais índices utilizados ao calcular a capacidade de pagamento são:

  • liquidez corrente;
  • liquidez seca;
  • liquidez geral;
  • dívidas/patrimônio líquido;
  • dívidas/ativos.

Eles são analisados com a ajuda de questões como o ramo de atividade da empresa.

Capital

A verificação do capital dá-se por meio da análise de índices financeiros específicos (lucratividade, liquidez, nível de endividamento, etc) e de informações sobre a composição do capital obtidas em relatórios e demonstrativos econômicos da empresa.

Colateral

Aqui, verifica-se a capacidade da empresa ou dos sócios disponibilizarem garantias para a quitação dos débitos.

As exigências quanto ao tipo dependerão do crédito que se busca e podem ser reais (a hipoteca e o penhor) ou fidejussórias (o aval e a fiança).

Elas são importantes, pois dão uma maior segurança em caso de inadimplência. Por meio da garantia, o credor tem como recorrer e não sair prejudicado.

Condições

Também é importante verificar a flexibilidade da empresa em se adaptar a situações emergenciais e a agilidade em desenvolver formas de se defender diante de ameaças.

Um exemplo desse tipo de adaptação ocorre quando a empresa é dependente de um único fornecedor e possui plano de ação para continuar suas atividades após finalização do contrato.

Além disso, a maneira como a empresa saiu de instabilidades anteriores serve de ilustração sobre sua desenvoltura nesses momentos.

Coletivo ou conglomerado

Busca investigar como outras entidades que pertencem ao grupo econômico do negócio o afetam. Temos situações em que empresas de um mesmo grupo são fornecedoras e clientes entre si por questões estratégicas. Havendo casualidades no mercado, pode haver prejuízo entre as partes e, consequentemente, afetar o cumprimento de pagamentos.

Tecnologia aliada à análise de crédito

Os avanços tecnológicos contribuem para a melhoria da análise de crédito empresarial.

Sistemas que fazem cruzamento de dados, cadastro positivo empresarial e inteligência artificial são apenas alguns dos exemplos que são incorporados gradativamente no processo de concessão de crédito.

Embora atualmente eles sejam mais comuns em análises de crédito de pessoas físicas, verifica-se uma tendência em incorporar esses processos também na análise de crédito de pessoas jurídicas.

Ter crédito disponível faz toda diferença para que a empresa consiga superar crises e reduzir danos. Mas não somente isso: esse recurso também serve para manter a saúde do seu negócio e promover o desenvolvimento.

Nesse contexto, é importante saber que, por envolver riscos, a análise e aprovação de crédito é um processo burocrático que demanda um trabalho contínuo da empresa em várias frentes: processos internos e relação com público, sócios e entes governamentais.

Por conta desses fatores, situações de restrição de crédito costumam ser comuns.

Conhecer os principais critérios avaliados é essencial para que eles possam ser continuamente trabalhados, pois envolvem a ação de diferentes setores de um negócio: contabilidade, administração, atendimento e jurídico são apenas alguns exemplos.

Evitar a restrição de crédito pode ser o diferencial para continuidade de uma empresa em períodos de retração do mercado.

Você ainda tem alguma dúvida sobre as formas de evitar a restrição de crédito para a sua empresa? Então, entre em contato conosco!

Nina do NAC

Uma economista de carteirinha. Adora as possibilidades que o conhecimento sobre crédito oferecem para empresas.

Ver todos os posts

Comentar

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Com o crédito certo, você consegue mais.

Cada linha de crédito disponibilizada no mercado existe para atender uma finalidade específica. Ao ter claro o perfil e a transformação que você quer ver no seu negócio, as chances de sua empresa conseguir o crédito desejado, sob as menores taxas possíveis, aumentam.